sábado, 13 de agosto de 2011

Ser Religioso não basta!













(Mt 21.28-32) - Muitas pessoas acham que o medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido ao mundo, são fatores que levaram o homem a criar diversas crenças, cerimônias e cultos. Daí surgirem tantos mitos, superstições e ritos para o homem manter contato com o mundo sobrenatural. Entretanto, a bíblia afirma que o homem foi criado á imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26a), e ao ser criado á imagem de Deus, o homem trouxe consigo a propensão e a necessidade de cultuar o criador.


Necessidade porque é o próprio Deus quem pede aos homens que o adorem. O Senhor Jesus confirmou este fato ao ratificar o decálogo em (Lc 4.8) “ Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele darás culto”. Diante disso, nós concluímos que: Não foi o ser humano quem “inventou” a religião para buscar a Deus, mas, sim o Criador quem deu ao homem a capacidade de adorá-lo.

Já parou para se perguntar do porque o homem em sua totalidade é um ser religioso?

A resposta bíblica é simples e clara: O homem é um ser religioso porque foi criado á imagem e a semelhança de Deus. Mais o que significa o homem ter sido criado á imagem e semelhança de Deus?

IMAGEM (Hb. Tsélem), que significa a expressão da realidade. Por isso podemos afirmar que significa sombra, pois uma sombra tem semelhança com a pessoa, mas não é exatamente uma cópia da pessoa.

SEMELHANÇA (Hb. Demut), que significa principalmente aparência, correspondência, cópia. Podemos então dizer, que a idéia de semelhança de Deus é o homem ser a imagem de Deus. Veja, o homem não tem a imagem de Deus, ele é a imagem de Deus. Mesmo depois da queda pelo pecado no Éden, essa imagem ficou distorcida, mas sempre esteve presente.

E esta expressão imagem de Deus, refere-se ao homem como um ser espiritual, racional, moral e social.

Espiritual – O homem tem a capacidade de conhecer a Deus e manter comunhão com ele, se relacionando com ele.

Racional – O homem foi criado com capacidade para adquirir, descobrir, compreender, interpretar e avaliar os fatos.

Moral – O homem tem o senso da obrigação moral, o tremendo senso do dever.

Social – O ser humano foi criado para viver em grupo, em sociedade; o homem é um ser sociável, gregário. Interessante que isso tem haver com a própria trindade, porque Deus nunca existiu sozinho, sempre em três pessoas vivendo em co-harmonia e com a mesma essência.

O que a imagem de Deus no homem tem a ver com a religiosidade humana?

Pense um pouco: Dentre todas as criaturas, somente o homem foi criado e destinado para ser a imagem de Deus no mundo. Isso significa que o homem não possui somente um corpo físico, mas também alma, mas também espírito, na verdade o homem possui o Dna de Deus, que justamente nos possibilita ter um relacionamento pessoal com ele, orar a ele, louvar a ele, ouvir as palavras dele. A imagem de Deus no homem é o principal sinal de que a religiosidade humana não é uma invenção, pois a consciência humana sempre vai considerar que existe um ser superior que precisa ser adorado. Veja o que diz (Ec 3.11) “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim”.

Ao afirmar que Deus colocou a eternidade no coração humano, Salomão estava nos revelando tanto a glória, quanto à miséria humana. O homem foi criado para algo muito maior do que a limitação que a nossa vida nos impõe. Deus pôs dentro de nós o conhecimento de que este mundo decaído e limitado não é suficiente para a existência humana, para o homem que ele mesmo criou.

Um historiador russo declarou: “Dê ao homem tudo o que ele quer, e logo ele verá que o tudo não é tudo”.

A.W. Tozer disse: “A eternidade de Deus e a mortalidade do homem, se unem a fim de nos convencer que a fé em Cristo Jesus não é uma opção”.

Somente Jesus Cristo que é o pai da eternidade, pode justamente nos colocar nessa eternidade que Deus colocou no coração do homem, e assim dar fim a uma busca incansável.

O homem tem buscado incansavelmente Deus através das religiões, e isto é fato, segundo o último senso do Ibge em 2000: Católicos 73,8%, Evangélicos 15,4%, Espíritas 1,3%, Umbandistas e candomblecistas 0,3%, Outras religiões 1,8%, Sem religião 7,4%.

Ao longo da história da humanidade, as religiões mundiais têm apresentado diferentes sistemas sagrados, cujo objetivo maior é o caminho para o mundo espiritual. Religiões nascem, crescem e geram novas religiões devido a algum tipo de “verdade” supostamente revelada, por meio da qual o ser humano busca entender melhor a razão da sua existência. É interessante notar que a religião está intimamente relacionada a algum tipo de revelação: fenômenos da natureza, livros sagrados, líderes espiritualistas, experiências místicas e transcendentais, comunicação com seres espirituais, obediência a dogmas ou prática de rituais, podem exemplificar algumas das maneiras pelas quais as divindades são reveladas nas mais diferentes religiões.

Ouça isso: Muito embora o estudo das ciências das Religiões defina o cristianismo como uma religião, a Palavra de Deus ensina claramente que os verdadeiros cristãos não vivem em função de religião, filosofia ou ideologia, mas de uma experiência real com o evangelho e com o Cristo glorioso do evangelho.

Stanley Jones: “A religião é o homem buscando a Deus, por isso há muitas religiões. O evangelho é Deus buscando o homem, por isso há um só evangelho”.

O cristão é alguém que crê que a fé cristã está fundamentada na revelação e na manifestação de Deus ao ser humano, porém esta revelação gera relacionamento com Deus e não cria uma religião fria e mecânica sem propósitos em si mesma.

Se a religião está intimamente relacionada a uma revelação, assim também o cristianismo está relacionado a uma revelação, não numa revelação qualquer, mas a maior das revelações. Que revelação?

Que o Deus da Bíblia é único, pessoal, criador, eterno, onipotente, onipresente, onisciente, soberano, santo, justo, infinito e sustentador de todo o universo e que se revelou de maneira especial aos homens através de Jesus que é o único caminho, a verdade e a vida, o único mediador entre Deus e os homens, que veio ao mundo para salvar os pecadores que se relacionarem com ele.

Ser religioso não basta para irmos para a eternidade, vir à igreja de domingo a domingo não basta para entrarmos na eternidade, fazer sacrifícios de tolos e praticar ordenanças cerimoniais não basta para adentrarmos a eternidade, somente uma experiência real e pessoal com Cristo nos leva a eternidade. Somente um relacionamento aquecido e constante com Cristo nos leva a eternidade.

“Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”. (At 4.12)

A parábola dos dois filhos (Mt 21.28-32)

Filhos do mesmo pai (v.28) – O pai (Deus) é quem chama, dá oportunidade de trabalho, vai até ao filho, quer recompensar o filho. O pedido ou a ordem não foi seguido de repreensão ou de obrigação, porém cada filho teve a oportunidade de corresponder ao pai de acordo com sua própria vontade; é o livre-arbítrio concedido pelo pai aos filhos. Deus espera que todo crente, por amor, gratidão, chamada, privilégio e oportunidade, e não apenas o dever (por religiosidade), sirva-O com alegria, dedicação, zelo e resignação. DEUS não colocou robôs na terra para lhe obedecerem forçadamente, mas colocou seres pensantes e deseja que estes seres, os homens, o sirvam de livre e espontânea vontade e com desejo de agradar-lhe em tudo.

O que representam os filhos (v.28) - Os filhos representavam respectivamente os pecadores religiosos e líderes do povo (tanto líderes políticos, como religiosos e até anciãos) e os pecadores comuns dentre o povo em geral. Esses pecadores religiosos eram os "representantes de DEUS" na terra, ou seja, as autoridades de Israel, que se escondiam por detrás de suas capas de santidade, porém eram religiosos - hipócritas. Já os pecadores dentre o povo comum eram os que em resumo, não observavam a Lei para fazerem as purificações, ritos, separações e sacrifícios.

1º filho – representava os pecadores religiosos (autoridades de Israel)

2º filho – representava os pecadores dentre o povo em comum

A conduta diferenciada dos filhos (Vs. 29,30)

Os dois filhos receberam do pai a mesma ordem ou pedido: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”(vs.28,30), a resposta de cada um e a reação de cada um diante do chamado do pai, nós sabemos. Todos os dois deram resposta ao chamado do pai no mesmo instante em que foram chamados, não pensaram antes de responder, não analisaram o trabalho antes de responder; o primeiro que foi chamado disse logo, Eu vou, senhor. O segundo, porém respondeu imediatamente, Não quero senhor.

O PRIMEIRO FILHO: mostrou-se obediente, amoroso e delicado; procurou agradar o pai e a primeira resposta que lhe veio à boca, respondeu: "Eu vou, senhor" - Era seu desejo no momento, sabia o que representava trabalhar na vinha de seu pai, porém não foi trabalhar, era orgulhoso e preguiçoso. Este filho era como os religiosos (as autoridades de Israel) que obedeciam verbalmente ao Senhor. A espiritualidade de um religioso pode ser tão superficial quanto a naturalidade em se pronunciar uma frase. O primeiro filho da parábola mostrou prontidão na obediência verbal, mas foi omisso na prática. Nossa adoração poderá ser vã, se o que dissermos a Deus não for uma expressão do coração. Se a nossa obediência ao Pai Celestial se limitar apenas a expressões verbais e ao linguajar igrejeiro, seremos tidos como meros religiosos frios. O coração deste filho era dominado por um sentimento farisaico: fazer para mostrar a todos que estava obedecendo sem querer obedecer. Era hipócrita; de duas caras; de duas palavras. “Eu vou, senhor; e não foi”. Este filho demonstrou ser um rebelde enrustido. Um cristão nessa situação perde a identidade bíblica, ou seja, perde a visão de salvação em JESUS CRISTO. Não basta fazer coisas para Deus e mostrar coisas para Deus, se faz necessário ser de Deus primeiro, para então querer mostrar alguma coisa para alguém.

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21).

O SEGUNDO FILHO: Mostrou-se desobediente, grosseiro e indelicado; não procurou analisar o pedido do pai e a primeira resposta que lhe veio à boca, respondeu: “Não quero” - Não era seu desejo no momento, pois não sabia direito o que representava trabalhar na vinha de seu pai. Ele respondeu: “Não quero”, mas não justificou; não esclareceu nada. E o pai tinha urgência: “Trabalhar hoje na vinha” (v.28). A vinha era da família; portanto, era dos próprios filhos. O segundo filho, inicialmente, desobedeceu, mas depois se arrependeu e foi para o trabalho. Nele vemos a importância do quebrantamento e da humildade. Ele pensou no que fez de errado e arrependeu-se ainda em tempo e foi trabalhar na vinha do Pai. Quando existe arrependimento verdadeiro, se manifesta em nosso exterior exatamente a transformação que houve no interior. O segundo filho que representava os pecadores dentre o povo comum (publicanos e meretrizes), estes não observavam a lei para fazerem sacrifícios, ritos e purificações como os religiosos e as autoridades de Israel faziam. Só tinha uma diferença, eles estavam se arrependendo e entrando pela porta do Reino de Deus, e os religiosos não. Eles até diziam não para Jesus inicialmente, mas depois diziam sim. A Bíblia mostra que muitos se arrependeram tarde demais como Judas e Esaú.

Jesus termina a parábola, fazendo uma pergunta a todos os religiosos (Vs.31,32)

“Qual dos dois fez a vontade do pai?” (v.31) Eles reponderam o segundo.

Jesus então lhes revela que publicanos e meretrizes os precedem no Reino de Deus, porque se arrependem de uma vida de pecado, no entanto, eles, sendo religiosos não conseguiam se arrepender de sua religiosidade frívola. Jesus ainda justificou que João já os chamava ao arrependimento, mais eles não conseguiam crer.

Se você acha que ser religioso basta para adentrar o Reino de Deus, é porque você ainda não teve uma experiência real com Jesus. Porque se você tivesse uma experiência real com Jesus você enxergaria que a verdadeira religião é Jesus, que é o único que tem o poder de reconciliar o homem com Deus!

Ser religioso não basta!

Pr. Flavio Muniz

Conteúdo de qualidade

Palavra de Nova Vida - Pr. Flavio Muniz

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